Neste sábado (5), os itens brasileiros importados pelos Estados Unidos serão submetidos a um acréscimo de 10% de imposto, seguindo as taxas recíprocas estipuladas pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira (2).
No total, 185 países serão afetados. As maiores taxas, alcançando 50%, incidirão sobre Lesoto e Saint-Pierre e Miquelon. Contudo, a maioria dos países será atingida pela taxa mínima de 10%.
Essas taxas não foram decididas com base em avaliações individuais por país ou produto, mas sim por meio de uma fórmula única para todos os mercados. O cálculo compreende duas fases: inicialmente, foi determinada uma taxa mínima de 10% sobre as importações de todos os países.
Posteriormente, o governo Trump implementou uma taxa adicional, equivalente à metade da diferença entre o déficit comercial dos EUA com um país específico e o total das importações desse país. Veja mais informações aqui.
Por meio de um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o governo do Brasil expressou pesar pela decisão dos EUA e declarou que a medida, assim como as tarifas já aplicadas aos setores de siderurgia, metalurgia e veículos, viola os compromissos dos EUA junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo brasileiro afirmou estar aberto a negociações com o governo dos EUA para reverter as medidas anunciadas. Contudo, não exclui a possibilidade de recorrer à OMC com medidas mais severas.
Adicionalmente, o Congresso agiu rapidamente e aprovou o projeto que estabelece a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos brasileiros no mercado global. Espera-se que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione o projeto até sexta-feira (4).
Os EUA ocupam a segunda posição como parceiro comercial do Brasil. Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões, representando 12% do valor total das vendas externas do Brasil. Já as importações de mercadorias americanas pelo Brasil alcançaram US$ 40,6 bilhões, correspondendo a 15,5% do total importado.
As exportações brasileiras estão focadas em produtos ligados a matérias-primas, destacando-se os óleos de petróleo bruto e refinado, totalizando US$ 7,6 bilhões; e produtos de ferro e aço, como ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias, somando US$ 5,9 bilhões. Em conjunto, representam 34% do montante exportado para os EUA.
Por outro lado, no que diz respeito às importações, os equipamentos para geração de energia (principalmente motores e máquinas não elétricas) dominam, totalizando US$ 7,1 bilhões e correspondendo a 18% do total importado.
Além disso, os Estados Unidos permanecem como uma das principais fontes de Investimento Direto no País (IDP), com um fluxo líquido estimado em US$ 7,1 bilhões em 2024, representando 26% do total líquido recebido nessa categoria.
Além da taxa de reciprocidade de 10%, o Brasil também enfrenta as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio que passaram a vigorar no mês passado — algo que impacta diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador desses produtos para os EUA.
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