A atividade comercial começa a mostrar sinais de queda. De acordo com o Indicador do Comércio Stone (ICS), março teve uma redução de 1,6%. Em comparação com o ano anterior, houve uma queda de 1,8%.

Conforme Matheus Calvelli, economista e especialista em dados da Stone, o mercado de trabalho ainda está resistente, porém já evidencia uma desaceleração, especialmente no setor não formal. De acordo com os dados mais recentes do CAGED, a taxa de desemprego aumentou entre dezembro e fevereiro, enquanto o mercado formal surpreendeu positivamente com a criação de quase 200 mil empregos.

“Essa situação acaba pressionando a inflação. Ao mesmo tempo, as famílias estão mais endividadas. Essa restrição no orçamento, aliada à inflação, tem impactado o consumo e contribui para explicar a desaceleração do comércio nos últimos quatro meses”, comenta Calvelli.

No que diz respeito ao comércio eletrônico, os dados indicam uma queda significativa no mesmo período de 12,9%, enquanto o comércio físico teve uma redução de 0,1%. Em termos anuais, esses números eram 13,1% e 2,8%, respectivamente.

Em março, os setores que se destacaram positivamente foram apenas Hipermercados, Supermercados, Alimentos, Bebidas e Tabaco, com um aumento de 2,2%.

No comparativo anual, o setor de Materiais de Construção apresentou o melhor desempenho, com um aumento acumulado de 3,2%, seguido por Combustíveis e Lubrificantes, que cresceu 2,3%.

Por outro lado, os demais setores tiveram queda, com Livros, Jornais, Revistas e Papelaria recuando 13,6%, Móveis e Eletrodomésticos com -8,8%, Tecidos, Vestuário e Calçados com -3,9%, Artigos Farmacêuticos com -3,5%, Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico com -3,2% e Hipermercados, Supermercados, Alimentos, Bebidas e Tabaco com -1,3%.

A análise também abrange os destaques por região. Em março, 7 dos 27 estados brasileiros aumentaram suas vendas:

Os demais estados registraram resultados negativos:

O estado do Maranhão foi o único que apresentou estabilidade, com 0,0%.

Fonte: Money Times