A conflito tarifário global em ascensão pode apresentar obstáculos para o segmento florescente de centros de informação e resultar em desenvolvimento mais lento do setor de Inteligência Artificial, afirmou Laura Cozzi, chefe de tecnologia da Agência Internacional de Energia (AIE) à Reuters.

Os Estados Unidos, a Nação do Meio e a Comunidade Europeia juntos devem responder por 80% do aumento esperado na procura por centros de informação até 2030, que deverá ser dominado pelo uso de IA, conforme indicou a AIE em um documento nesta quinta-feira (10).

“O panorama adverso engloba muitos elementos que estamos presenciando - crescimento econômico mais moderado, mais impostos em mais países, então, de fato, sim (o contexto tarifário atual) é um cenário em que a IA experimentaria crescimento mais lento do que o que observamos em nossa previsão base”, apontou Cozzi.

O consumo mundial de eletricidade dos centros de informação deve elevar-se para cerca de 945 terawatts-hora (TWh) até 2030, no cenário base da AIE, mas o “cenário desfavorável” veria este número cair para 670 TWh, dados da AIE revelaram.

Nos Estados Unidos, prevê-se que os centros de informação sejam responsáveis por quase metade do incremento na procura por eletricidade de agora até 2030, e o país deverá encabeçar o desenvolvimento de centros de informação globalmente, conforme dados da AIE.

As companhias de energia elétrica dos EUA têm recebido gigantes solicitações de nova capacidade que ultrapassariam sua demanda máxima ou a capacidade de geração existente, suscitando preocupações de que as corporações de tecnologia estejam abordando diversos fornecedores de energia, inflando a perspectiva de procura.

A sobrecarga nas redes também pode ocasionar atrasos, com cerca de 20% dos planos de centros de informação em risco. A procura por linhas de transmissão e equipamentos críticos de rede e geração está em alta, refletindo esse risco, segundo o relatório da AIE.

Aproximadamente 50% dos centros de informação em fase de desenvolvimento nos Estados Unidos estão em grandes aglomerados anteriores, o que pode intensificar os riscos de gargalos locais.

Fonte: Money Times