A sobretaxa dos Estados Unidos, tornada pública pelo presidente Donald Trump há uma semana, aumentou as dúvidas e gerou uma agitação nos mercados. Porém, para a Perservera Asset, as medidas podem ter um impacto positivo para os EUA, apesar do perigo de uma recessão na maior economia global.
“O Trump optou por um caminho bastante arriscado, que pode falhar terrivelmente, mas também existe uma possibilidade — maior do que a estimada pelo mercado atualmente — de ser bem-sucedido”, expressou Guilherme Abboud, CEO da Persevera Asset, durante o evento Advance 2025, organizado pela Fami Capital e ocorrido nesta sexta-feira (11).
“Existe a perspectiva de, ao final das contas, os Estados Unidos saírem vitoriosos, com uma relação um pouco mais equilibrada no comércio exterior”, acrescentou Abboud.
Conforme o gestor, Trump tem certa justificativa para impor taxas sobre as importações. Para Abboud, diversos países já estabeleciam tarifas elevadas sobre os produtos norte-americanos e, por outro lado, se beneficiavam de um “super liberalismo” e vendiam aos EUA “sem nenhuma taxa”.
“Para os EUA exportarem arroz para o Japão, por exemplo, a tarifa chega a 700%. Já para vender laticínios ao Canadá, a taxa é de cerca de 40%. O objetivo de Trump é equilibrar esse negócio”.
Há também outro motivo favorável aos EUA neste momento, na percepção de Abboud: o tamanho do mercado norte-americano — que resulta em maior poder de negociação em relação aos demais países.
“Os Estados Unidos têm clientes e possuem os compradores mais vorazes do planeta. A China é extremamente relevante, porém quem tem freguês é mais crucial. Sendo assim, em uma negociação, quem possui um consumidor ávido, no desfecho das contas, detém uma certa vantagem negociadora”, mencionou.
Ontem (10), Trump reafirmou seu interesse em estabelecer um acordo com a China, em uma reunião do gabinete aberta à imprensa. Ele também mencionou que a China “deseja negociar, mas ainda não sabe como”.
Os EUA impuseram tarifas de importação sobre os produtos chineses totalizando 145%. Em contrapartida, a China também elevou a tarifa sobre os bens e mercadorias norte-americanos para 125%.
Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano suspendeu as taxas adicionais por 90 dias. As taxas recíprocas para os países “selecionados” também foram reduzidas para 10% durante o período para países que iniciaram negociações com os EUA e não retaliaram o ‘plano tarifário’.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também assegurou que, ao fechar acordos com os países, haverá maior certeza acerca da política comercial.
Fonte: Money Times
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