A cotação dobitcoin (BTC)está sob pressão em razão do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra várias nações ao redor do globo. Desde a posse do Republicano na Casa Branca, a principal criptomoeda mundial perdeu cerca de 12% de seu valor.
Entretanto, segundo os analistas do BTG Pactual, mesmo acompanhando as quedas do mercado quando há pânico, a criptomoeda tem demonstrado um desempenho relativo superior aos demais e com um histórico de recuperação mais favorável.
Em um relatório divulgado neste sexta-feira (11), os analistas João Galhardo e Matheus Parizotto destacam que o BTC superou o índice que avalia o desempenho das Magnificent 7, as empresas de tecnologia mais valiosas globalmente.
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Bitcoin Supera US$ 85 Mil: Reação da Criptomoeda a Dados On-Chain Positivos“Esse desempenho relativo superior reflete os impactos diretos das tarifas nos resultados corporativos, aumentando o risco percebido sobre ações, especialmente de companhias mais dependentes de cadeias de suprimentos globais”, afirmam os analistas.
E acrescentam: “além disso, esse desempenho relativo superior também reflete a mudança na percepção institucional sobre o bitcoin, cada vez mais visto como um ativo estratégico diante de eventos geopolíticos adversos”.
Bitcoin (BTC) em momentos de crise
Essa percepção encontra respaldo na realidade. Historicamente, o bitcoin apresenta recuperações sólidas após períodos de queda, indicando uma oportunidade de investimento em momentos de baixa, de acordo com o BTG.
Numa comparação dos retornos do S&P 500, do ouro e do bitcoin em um intervalo de 10 e 60 dias após crises no mercado financeiro global, o BTC tende a registrar uma recuperação mais intensa que seus pares a médio e longo prazo.
Ademais, considerando o que ocorreu no primeiro mandato de Trump, quando ele também iniciou uma guerra comercial contra a China, verifica-se um aumento da base monetária global (M2) devido a políticas de estímulo à economia.
De forma geral, o M2 representa a liquidez econômica. Quando esse indicador cresce, bolsas e criptomoedas tendem a se valorizar devido ao maior “dinheiro disponível” no mercado.
“Se a atual escalada tarifária seguir padrões semelhantes aos da época, é provável que o crescimento do M2 volte a atuar como um catalisador para a recuperação dos criptoativos”, enfatizam os analistas.
Não apenas o BTC, mas também…
Da mesma maneira, as tensões comerciais decorrentes da guerra tarifária podem criar um ambiente propício para que as criptomoedas se tornem uma opção para transações mais livres e menos vulneráveis a barreiras comerciais.
“Nesse sentido, a ampliação do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) e o crescimento das stablecoins se mostram fundamentais para garantir liquidez e acessibilidade de capital em várias jurisdições”, salienta o relatório do BTG Pactual.
O avanço desse mercado tem despertado o interesse de instituições de peso, que enxergam nos protocolos DeFi e nas stablecoins uma possibilidade de diversificação e proteção contra incertezas macroeconômicas.
Ao mesmo tempo, alguns protocolos já consolidados demonstram a habilidade de manter estruturas de governança e geração de valor sólidas, mesmo diante de ciclos mais voláteis e incertezas regulatórias.
Recentemente, Trump cancelou uma medida que impedia o desenvolvimento de protocolos de DeFi nos EUA, indicando que esse setor terá maior liberdade para se expandir.
“No entanto, é imprescindível que os investidores acompanhem de perto a evolução das disputas comerciais, sobretudo entre EUA e China, estejam atentos às decisões de política monetária e avaliem suas posições com cautela, cientes de que o mercado de criptoativos, apesar de promissor, continua sujeito a flutuações intensas”, concluem os analistas.
Fonte: Money Times
