Quatro docks dos portos do Rio de Janeiro e de Paranaguá, no Paraná, foram arrematados na manhã de hoje na B3, bolsa de valores com sede em São Paulo. O porto do Rio de Janeiro teve apenas uma proposta, mas os três terminais do Porto de Paranaguá foram alvo de muita competição, especialmente a área conhecida como PAR15.
Realizado pelo Ministério de Portos e Aeroportos e pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), este foi o primeiro leilão de concessão portuária deste ano.
Neste certame, foram leiloadas as regiões RDJ11, situada no Porto do Rio, e PAR14, PAR15 e PAR25, localizadas no porto de Paranaguá. O critério de avaliação adotado foi o maior montante de outorga.
Receita recebe 3,4 milhões de declarações do IR na primeira semana
DR com Demori: Pedro Rossi analisa dívida pública e controle fiscalPara a região RDJ11, houve apenas uma oferta, e o vencedor foi o Consórcio Porto do Rio de Janeiro, que apresentou R$ 2,1 milhões como montante de outorga.
A região PAR25 teve cinco ofertas e, por isso, foi também objeto de uma disputa verbal após as propostas iniciais. Em razão de terem apresentado ofertas mais baixas na primeira fase, o BTG Pactual Commodities Sertrading e a Rocha Graneis foram excluídos e não puderam participar da modalidade verbal.
Depois de uma acirrada disputa, que se encerrou após 21 lances, a companhia vencedora do certame do terminal PAR25 foi o Consórcio ALDC, que ofereceu R$ 219 milhões como valor de outorga. O consórcio ALDC superou a ICTSI Américas B.V, com a qual travou uma grande competição, e o Consórcio Interalli Grãos Terminais.
Para o terminal PAR14 também houve cinco proponentes e lances verbais. Como as empresas Potencial Agro e Rocha Graneis Sólidos de Exportações fizeram as menores propostas iniciais, não puderam participar da etapa verbal.
Nesta fase, a empresa vencedora foi o BTG Pactual, com a oferta de R$ 225 milhões pelo terminal PAR14. Após 26 lances, o BTG Pactual superou a ICTSI Américas B.V, após grande disputa, e a Infra II Investment.
Já para o terminal PAR15, o mais disputado deste certame, houve seis propostas iniciais e, por consequência, também ocorreram lances verbais entre os três primeiros colocados. O Consórcio ALDC, a ICTSI Américas B.V e a Infra II Investment ficaram de fora dessa disputa.
Após 55 lances, o leilão do terminal PAR25 foi vencido pela Cargill Brasil Participações, com o lance de R$ 411 milhões, como valor de outorga. A Cargill superou a Arco Norte Infraestrutura e Logística, que disputou lance a lance pelo terminal, e o BTG Pactual Commodities Sertrading.
Conforme a Antaq, o objetivo do leilão foi ampliar a capacidade logística para o escoamento da produção agrícola, viabilizar uma infraestrutura de transporte moderna, eficiente e segura, além de promover benefícios econômicos por meio da geração de trabalho e renda”.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (imagem), comunicou que o governo pretende realizar mais de 42 leilões de terminais portuários até 2026, com injeção estimada de R$ 22,85 bilhões.
Propriedades
O Dock RDJ11, do Rio de Janeiro, foi arrematado pelo modelo simplificado, com contrato de dez anos. Segundo o ministério, esse empreendimento é voltado para a movimentação e estocagem de granéis sólidos e carga geral. Com área total de 7.787 metros quadrados, o dock RDJ11 tem previsão de investimentos diretos em torno de R$ 6,8 milhões.
O Porto do Rio de Janeiro, atualmente sob a administração da estatal PortosRio, é um dos mais tradicionais e movimentados do país. Localizado na costa oeste da Baía de Guanabara, o complexo tem vocação para o manuseio de cargas gerais, conteinerizadas, siderúrgicas e granéis.
O leilão das áreas de Paranaguá foi realizado pela Portos do Paraná, empresa pública responsável pelos portos de Paranaguá e Antonina. Conforme a empresa, os três espaços colocados à disposição do mercado são destinados à estocagem e à movimentação de granéis sólidos vegetais, predominantemente soja, farelo e milho. O total das três áreas é de 169 mil metros quadrados, área superior à do Estádio do Morumbi, em São Paulo.
Diferentemente de outros portos públicos no Brasil, a Portos do Paraná realiza seus próprios leilões desde 2019, quando se tornou a primeira autoridade portuária a conquistar autonomia administrativa. Desde então, cinco leilões de áreas foram realizados, totalizando cerca de R$ 60 milhões arrecadados em outorgas, chegando a R$ 1,3 bilhão em contratos.
O investimento no PAR14, em Paranaguá, será de R$ 1,187 bilhão ao longo de 35 anos. A área desse terminal, de acordo com o ministério, é de 82.436 metros quadrados e terá capacidade para movimentar 6,8 milhões de toneladas por ano.
Com área de 43.279 metros quadrados (m²) e capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas por ano, o PAR15 receberá investimento de R$ 656,85 milhões durante os 35 anos de contrato.
O PAR25 também movimenta e estoca granéis sólidos vegetais e tem estimativa de investimentos diretos de R$ 216,98 milhões ao longo de 35 anos.
O Porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil em extensão e movimentação total de cargas, ficando atrás apenas do Porto de Santos. É o principal operador do complexo de soja no país (grãos, farelo e óleo) e responsável pelo desembarque de 33% dos fertilizantes importados pelo Brasil, que é o quarto maior mercado consumidor de fertilizantes do mundo.
Paranaguá foi o primeiro porto a regularizar totalmente suas áreas com a promoção de arrendamentos e concessões. No ano passado, o complexo movimentou cerca de 60 milhões de toneladas. Conforme o Ministério de Portos e Aeroportos, a expectativa é que os novos investimentos dobrem a capacidade de escoamento da safra agrícola pelo Porto de Paranaguá.
Fonte: Agência Brasil
